domingo, 30 de dezembro de 2012

A cor da energia

Nos últimos dias tem sido um tal correr para as lojas do cidadão e afins para mudar os contratos da electricidade. Eu, sempre um bocadito a leste - ou a oeste- dessas coisas, lembrei-me do meu medium favorito: a internet.
A conselho do meu sábio afilhado, consultei o site da ERSE e descobri que há para aí companhias de electricidades a dar c'um pau. A nova EDP, a Iberdrola (que eu, sabe-se lá porquê!) acho sempre que é uma marca de televisores, uma outra com nome de estação de rádio e sei lá mais o quê. No fim das contas, por ano a conta varia aí uns 30 ou 40 euros. Ou seja, muda tudo, mas não muda nada.
Fui então ao site da EDP ver os tipos de contrato e dei com um verdadeiramente fantástico: 100% electricidade verde. GARANTIDO!!!!
Aí, deu-me para a gargalhada:  estes gajos insultam a nossa inteligência!!!! Ora agora a energia vem a cores.
 E, com a colorida imaginação de que tanto me orgulho, imaginei, a sairem da cabine alí ao cimo da rua, kwa verdes, amarelos, lilás, azúis, fúcsia, verde fluorescente e vermelhos às estrelinhas todos dentro do mesmo cabo!!!! E depois os verdes vinham para a minha casa, os azuis para a do vizinho da frente, os lilases para o do lado e os outros seguiam viagem a fazer tzzzz-tzzzz pelos postes fora. Digam lá que não era bonito!!!!
Como eu costumo dizer, até para aldrabão é preciso ter-se jeito: só quem não sabe o que é a electricidade e como é distribuída pelas redes para pensar ser possível alguém garantir que toda a que lhe chega a casa é verde!!! Senhores da EDP, há limites para tudo e esta foi mesmo demais!

sábado, 24 de novembro de 2012

Das revistas femininas

Estava eu aqui instalada no sofá, laptop apropriadamente instalado no colo e ali do lado esquerdo, insidiosamente vermelha e amarela, uma revista feminina. Pelo canto do olho, vi na capa uma modelo de cabelo desgrenhado e olhos esbugalhados, nitidamente abaixo do peso ideal, a ocultar parte do nome da dita (o que até me pareceu muito bem já que a cara não joga com a careta).
Se estas revistas dependessem de mim para viver, já tinham falido todas antes do n.º 2 mas, mesmo assim, como que para me lembrar da razão por que não as compro, lá comecei a folheá-la. Contracapa, anúncio, seguintes, anúncios, só na oitava página aparece um índice que estupidamente não começa no início nem acaba no fim. Décima página, mais um bocado do índice entre anúncios. Editorial, um quarto de página e mais anúncios. Entretanto mais roupa, sapatos, assessórios, de marca e com os preços e as fotos, e mais anúncios. E só à trigésima sexta página aparece algum texto digno de interesse, sobre livros. Aí, confesso que desisti. Lá pelo meio vislumbrei dois artigos de duas páginas com algum interesse e depois fartei-me das publicidades de página inteira de marcas famosas, atrizes e modelos e cenários inverosímeis e virei-a ao contrário para ficar cara a cara com os tons pastel do anúncio miss Dior. Definitely not for me!

Eu admito, quem faz estas revistas não as faz para mim: podem escrever pouco texto mas não são burros! Mas deixa-me triste a imagem mental que está por trás de uma linha editorial deste género: a mulher iletrada, fútil e superficial que compra revistas para ver bonecos. Para isso, vejo o canal panda!

Restam-me as outras, poucas, que falam de assuntos a sério e a fabulosa internet, definitivamente a melhor revista de todas!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Portagens, obrigada!!!

O título começa por ser polémico. Será que não era "portagens, não obrigada"? Não é mais uma das minhas demonstrações de rebeldia? Será que é um erro informático (essa eminência parda que serve de desculpa para tudo o que é azelhice?) Não, não é engano.
Tenho mesmo que agradecer a introdução de portagens e não, também não enlouqueci (embora há mais de vinte anos que ande com um pé lá outro cá). É que graças às malfadadas (aha!) portagens, eu ando muito mais pelas estradas nacionais, devagar, devarinho com tempo para ver as casinhas de pedra, os jadins, os campos, as montanhas, as pessoas, a floresta, as árvores com folhas de todos os tons de amarelo, laranja, rosa, vermelho e castanho... Ah como este país é belo! E se eu fosse parar para fotografar cada recanto de incomparável beleza, então mais valia vir a pé.
Assim, apesar de tudo, caras portagens, obrigadinha!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Dos gerontes

Hoje dei comigo a prestar atenção a um anúncio na rádio sobre uma campanha destinada a apoiar "crianças e séniors". Quanto a crianças, acho que estamos entendidos, embora para alguns jornalistas uma criança possa ter até 18 anos. Agora séniors...? Hum. Quem acompanha o desporto pensa logo naquela equipa de jovens a seguir aos júniors. Mas então o anúncio devia ser "benjamins e séniors" e criava-se o problema dos juvenis e dos júniors que ficavam sem apoio nenhum!!!
Na verdade, "sénior" trata-se de um novo eufemismo para "velho". Nada do velhinho ou idoso ou ancião ou "de idade". Agora é sénior. E sabe-se lá o que vem a seguir. Eu, que estou sempre disposta a ajudar, ofereço algumas sugestões mais adequadas àquilo que a sociedade realmente pensa das pessoas com mais de 65 anos (ou algures por aí): précentenário, posativo, recesso, naftalina, paraesquecer, cotagenário, antedefunto. Mas se querem um eufemismo mesmo como deve ser, usem geronte ou no feminino gerontina, que não faz confusão com o futebol e se refere alguém idoso e respeitável, mesmo que não apareça nos dicionários de português, que tal?

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Estilo Merkel-low-cost:
Reutilize os seus vestidos do século passado.
Nesta imagem: vestido de veludo para casório de inverno do início dos anos noventa com pregas no ombro e nas mangas e saia travada; vestido de cerimónia dos anos setenta em malha bastante extensível.
Qual OLX qual quê! o que está a dar é vestir e revestir até não poder mais. Além de low-cost, é vintage!

Pensamentos instantâneos sobre a Merkel zu Besuch

1. A sr.a Algela Merkel é mmo poupadinha: não usa maquilhagem e o casaquinho é do tempo em que ainda lhe servia. Eu já cortei nas unhas literalmente e tb n uso maquilhagem e a seguir vou rebuscar os armários. de certeza que lá tenho um vestido de veludo com 20 anos (deve ficar um bocadinho apertadinho) e o meu fato de baptismo. Há que poupar na roupinha. Queridos amigos, se me virem com algum estilo algo alternativo chama-se Melkel-low-cost. tenho dito.
2. Enganaram-se: em vez da visita da Merkel, acharam que era um Benfica-Sporting em Belém! Estavam mesmo com medo que a senhora atacasse alguém ou desatasse a partir montras!
Boa tugas: assim ela fica a saber que há polícia em Portugal e que o desprezo é o melhor protesto que há!
3. Boa, Portas, ao menos ao menos, hoje está SOL! A sra Merkel apreciou- trouxe o fatinho das férias...de há 10 anos.
4. Ai que fofa!!! Só fala alemão! nem um thank youzinho!!! Parece que nem alemão, o jornalista da SIC bem tentou o alemão e não lhe saui mal! :D
5. O Sr Crato tb esteve bem: que bom que é o envolvimento das EMPRESAS no sistema educativo alemão... que se aplique em Portugal. Mas agora que penso nisso, será que ainda teremos empresas para isso???? :<
6. E como dizia uma "popular" (epíteto jornalístico para alguém que não é tido nem achado) e tudo isto por causa de uma mulher! 
7. Não tem mesmo nada com a Merkel, mas não é que até o prof. Bambo se enterrou? O homem disse que tem a certeza que em Portugal a justiça é justa!!!!
8. Ah que apropriado! Vai para o forte de S. Julião da Barra... gostamos de lá levar as boas pessoas... foi lá que o Kadhaffi montou a tenda!!!
9. Frau Merkel empresta o dinheiro a juros baratinhos para lhe fazermos as honras da casa. É mais ou menos como ir roubar as galinhas e convidar o dono para as comer, mas ao contrário.


 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

do amor e da perda

Hoje é um dia daqueles que deviam ser apagados com uma borracha, rasgados do calendário, arrancados do véu do tempo. Até o dia se vestiu de cinzento pesado de chumbo e agora chora. Não me falem de deus, nem o bom nem o pai, nem o tirano nem o castigador. Hoje, nenhum me serve. Nenhum justifica uma vida arrancada aos 18 anos sem aviso. Nenhum consola o futuro que não existirá. Também não me digam que deus criou um anjo porque deus não precisa de anjos, nós é que precisamos. De anjos que andam e riem e nos dão esperança. Os anjos assim criados só nos deixam um buraço na alma, lembranças e saudade. E não me lembro de haver nenhum anjo chamado David.
Hoje é um dia em que o mundo ficou mais pobre e mais triste. Hoje é o dia da perda em que até as palavras faltam.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Das crianças, parte 2


Hoje, feriado antes da páscoa, é um daqueles dias em que não há sítio onde se encontre mais gente do que nos centros comerciais.
Ora andava eu numa loja daquelas grandes de uma multinacional espanhola franchisada, ouço o discurso alterado de uma mulher a ralhar com alguém. Olho, uma cabecita loira de caracóis pelos ombros e o choro sentido. Rapidamente percebi - o menino de uns dois anos, no máximo três, tinha-se perdido na loja.
A mulher, gorda, mal-arranjada, o cabelo desgrenhadamente apanhado num rabo-de-cavalo, a cara redonda avermelhada, a pança a emergir de uma camisola desbotada (por certo não encontrava naquela loja uma peça que lhe servisse ao corpo ou à carteira) discutia com a criança assustada:
" Não voltas a andar sozinho, ouviste? Não conversámos já em casa? Assim nunca mais vens!"
Isto e mais um chorrilho de ralhetes despropositados, ao passo que a funcionária da loja se ajoelhou docemente ao lado da criança e lhe falava baixinho para o acalmar.
Fiquei furiosa. Estava aquele leão marinho a arrastar a criança por um braço, meio pendurado, a chorar a chorar e a bruta a berrar com ele como se a culpa fosse dele. Come se ele pudesse compreender que tinha culpa. E são estes monstros que têm filhos! Pus-me a refilar eu, pelo meu lado, com a minha mãe, como aquela mulher era estúpida e como gente assim tem filhos. Como se atirar a culpa dela para cima do pobre do menino a fizesse parecer menos incompetente e bruta como procriadora. Queria ir lá, arrancar-lhe a criança da mão e dizer-lhe umas verdades.
A coisa mais fácil que há é uma criança perder-se numa loja cheia de gente e expositores com roupa, principalmente quando ninguém está de olho nela como era o caso.
Lembro-me de ter cinco ou seis anos e de me perder da minha mãe na feira. De repente só via muitas pernas à minha volta, nada de mãe nem de tia e eu pequenita, com a minha capa de chuva lilás, comecei a chorar. Foi um minuto, dois, não mais, embora me tivesse parecido uma eternidade e pelo meio daquelas dezenas, centenas de pernas apareceu a minha mãe e atrás a minha tia a dizer que estavam ali, ali mesmo um metro mais ao lado. Tinham parado numa banca, dei dois passos e já estava sozinha num mundo hostil. Ninguém me ralhou, claro. A minha mãe acalmou-me disse-me para não chorar, que estava ali, estava tudo bem, as pernas todas desapareceram, seguiram o seu caminho.
Talvez por isso, sempre que saio com crianças, não as largo um segundo que seja. Digo "não as largo" porque não lhes dou a mão, agarro-as pelo pulso e por muito que puxem ou saltem não as largo nunca. Levei o meu afilhado que já tem dezoito anos (como isto me faz parecer experiente, para não dizer velha), as minhas primas, os meus "sobrinhos" e nunca os perdi de vista um bocadinho que fosse. E quando vou com uma amiga às compras fico de lado com o carrinho do bébé ou a tomar conta dos garotos.
Mais uma vez concluí que há gente que devia ser proibida de ter filhos. Devia. E devia ser eu a decidir!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

de deus

Por estes dias tenho pensado em deus, e não pelos melhores motivos. Morreu a mãe de uma adolescente. De cancro. A de outra está também a morrer. Nenhuma das duas tem pai, pelo menos um pai digno desse nome. Nenhuma tem um suporte familiar ou social digno. Nenhuma teve alguma vez uma vida fácil. Mas parece que mais e mais sofrimento se avizinha. É cruel e injusto. Onde está deus? Existe deus? Se existe, não está atento, se está atento, vê muito mal.
É neste dias que é inútil virem falar-me de um deus justo e bom, seja em nome de que religião for.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A importância da luz...


16 de Janeiro de 2012
Passei hoje uma das maiores vergonhas da minha vida, decididamente para figurar no top 10. Chegada a hora do jantar, coloquei a minha sopa a aquecer no microondas e depois duas fatias de pão na torradeira e então puuuuf!, foi-se a luz. (Acrescento que também o aquecedor e o cilindro da água estavam ligados e é possível que o frigorífico também tenha arrancado.)
Inicialmente pensei que fosse geral mas lá fora estava tudo bem iluminado. Peguei então no telemóvel à laia de lanterna e abri o quadro eléctrico. Tudo normal. Ainda assim pus-me a ligar e desligar os disjuntores mas, nada. Desci as escadas até ao sítio onde estão os contadores da água e da luz e confirmava-se: o meu não mexia, nem dava sinais de querer mexer, até porque não vi lá o outro “coiso” com uma alavancazinha que desse para o ligar. Voltei a subir as escadas e liga disjuntor, desliga disjuntor, perante a perspectiva de ficar sem luz e – muito pior! - sem aquecedor nem água quente, liguei ao electricista. O homem nem demorou cinco minutos. Abri-lhe a porta do prédio e depois a porta de casa e, de repente, acendeu-se tudo! Olha agora! Chega o homem e esta treta já ficou boa, vai pensar que sou doida! E saiu-me um espantado “Não acredito!” ao que ele responde “Pode acreditar que fui eu que liguei a luz lá em baixo!”. A boca, que eu ainda não tinha fechado, torceu-se-me de algo entre irritação e “um-buraco-que-me-engula”.
Lá lhe disse que já tinha ido lá abaixo mas não tinha descoberto como ligar a luz. Ele lá muito pacientemente me explicou que se calhar tinha havido uma sobrecarga de uma fase e tinha mandado a luz abaixo, porque o contador era trifásico e a diferença entre trifásico e monofásico e mais umas coisas. Acho que explicava mais para mostrar que sabia do que para eu entender já que, a bem da verdade, eu também não me esforcei muito. Afinal, continuava sem saber a que fase estava ligado o quê e isso não me resolvia o problema. Por fim lá me foi mostrar o truque de magia que fizera regressar a electricidade – era algo tão complicado como carregar num botão do disjuntor que eu não vira antes do lado direito em cima. Chamei um electricista às oito da noite para carregar num mísero botão!
É certo que se eu tivesse visto o disjuntor com o tal botão também não tinha carregado, acho eu, a não ser que tivesse reparado no outro ao lado que tinha a tal alavancazinha cor-de-laranja e brilhantemente concluído que o botão podia ser o substituto actual da alavancazinha. Ainda assim não pude evitar sentir-me tão tão estúpida, loira até à raiz dos cabelos (o que por acaso se verifica), uma verdadeira idiota. O homem pareceu não levar a mal, até porque tem agora uma nova anedota para contar, mas eu nem fiquei em mim. Tãããããão estúpida!
Tive que partilhar o meu infeliz estado alterado com uma amiga que depois me lembrou que o pai dela diz que as mulheres não podem ser electricistas porque demoram nove meses a dar à luz. E isso confortou-me. Não porque eu achasse que se esperasse nove meses a luz voltaria, mas porque conclui que também para que uma mulher dê à luz depois de nove meses, é preciso que um homem “carregue num botão”! Tenho dito.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Maçon, moi?


Entrei na onda, vou falar da maçonaria. Estive na
quinta-feira a ver uma entrevista a dois ex-grão-mestres do GOL. Para já gosto do nome, Grande Oriente Lusitano, é assim uma coisa com cheiro a descobrimentos, sabor a cravinho e canela, aparência etérea do reino de Preste João. Grandeur e saudosismo de bom-gosto acompanhado com chá em serviço da companhia das Índias.
Depois descobri que ser maçon é uma distinção, uma honra, uma coisa espiritual e achei bem, este mundo materialista precisa de mais espírito e valores. Também é ser democrata e defender a liberdade, igualdade e fraternidade. Também é fazer caridade sem publicidade. Também é ser moderno e não excluir as mulheres. Também está tudo escarrapachado na internet e o resto é preconceito e ignorância.
Foi aí que decidi - quero ser maçonne (se o feminino não for assim, devo avisar que só estudei francês 3 anos há - credo! - vinte anos atrás!). Ora, assim sendo eu, querendo ser maçonne, entro numa loja, pago a inscrição, dão-me o recibo, pagam o IVA, assino um contrato e fico maçonne!Não, aí começam os problemas.
1. É uma loja mas aparentemente não vende nada, logo não paga IVA, logo é um estabelecimento comercial que foge ao fisco.
2. Não se chega lá por inscrição, só por convite ou recomendação, o que me parece do mais democrático que há.
3. Não há recibo nem factura nem cartão de sócio porque não se pode divulgar as identidades dos membros.
4. Maçonnes e maçons só se misturam em ocasiões especiais e por convite o que me parece uma tendência muito contemporânea.
5. Respeita todas as liberdades mas como não entra quem quer, é normal que “recrutem” principalmente entre as elites, ou seja, mais igualitário não há, (e eu, já que isto de ser prof é do mais anti-elite que há, estou fora!)
6. São contra a corrupção e o nepotismo mas devem sempre ajudar e patrocinar os projectos de um irmão (o que num tribunal podia ser considerado tráfico de influências, e na sociedade não elitista chamado de factor C)
7. Está tudo na internet menos os rituais que são secretos, os nomes dos membros que são secretos, as reuniões que são secretas, o livro negro que é secreto e mais sei lá quantas coisas perfeitamente transparentes que também são secretas.
8. É tudo baseado nas questões filosóficas e na liberdade total de opinião e credo mas parece que há maçons em tudo quanto é área de poder (com certeza para reflectir filosoficamente e fomentar os valores não necessariamente humanistas)
9. Os maçons têm tido grande influência na democracia e na sociedade (pelo que se vê, estamos bem arranjados)
10. Tudo muito claro e nitidamente justificado pela tradição e as circunstâncias históricas da fundação das lojas maçónicas.

Ora bolas! Primeiro, não posso ser maçonne e segundo não quero! Os dois senhores ex-grão mestres falaram falaram falaram e não disseram nada, deixaram mais dúvidas que explicações o que contribui imenso para acabar com o clima de suspeição. É o que dá lidar com as elites. Nunca vão entender que para os tugas basta falar em associação secreta, rituais secretos e membros secretos é o mesmo que dizer que só podem ter muitos podres para esconder. Os tugas também percebem bem o que é isso de convidar membros e ajudar os irmãos já que é assim que funciona qualquer aldeia deste país numa perspectiva muito filosófica de que uma mão lava a outra. Os tugas lá a muito custo acabam por conseguir perceber que bem vistas as coisas, década após década, os cordelinhos são sempre mexidos por gente com sobrenomes muito semelhantes e combinados e as elites só são elites porque se preservam fechando-se em torno de si próprias e estabelecendo critérios de selecção que, naturalmente, excluem os outros.
Agora, surpresa!, tenho a informar que há muitos tugas que, sem pertencerem à elites e sem convite ou filosofia, conseguem ser maçons! Mas esses são os que há décadas fogem do Portugal governado pelas elites políticas sociais e económicas, emigram para França e tornam-se logo maçons numa obra qualquer.
E já que hoje é sexta-feira treze que, ao contrário de alguns disparates que ouvi hoje, tem origem no ataque em massa aos templários em França – curiosamente uma ordem de elite e cheia de rituais secretos – e a prisão do seu grão-mestre - onde é que eu já ouvi isto? - pergunto-me quanto de tudo isto não tem por trás uma guerrinha política ou económica em que interessa arranjar um bode expiatório qualquer, ou um candidato a irmão ressabiado pela recusa, ou algum interesse secreto daqueles que nem podemos imaginar ou imaginamos demais.
Vendo bem, a França está metida nisto tudo… e hoje caiu nos ratings. Sim, porque isto anda tudo ligado, como dizia o meu afilhado quando tinha que estudar história! Cá p’ra mim, o Sarkozi também é maçon e está a ser afectado pelas ondas de choque do escândalo das relações secretas entre os serviços secretos e uma loja maçónica secreta que deixaram de ser segredo em Portugal que tem uma vasta população de maçons em França!
Concluindo, uma amiga minha diz que a palavra maçon lhe lembra sempre massa, algo entre tagliatelle e farfale mas tudo feito da mesma massa. A meu ver, mais do que uma massada, é assim um prato gourmet com um nomezinho francês que podia servir o paladar de qualquer um mas que, devido ao cozinheiro de elite e aos ingredientes secretos, não está ao alcance de qualquer um a não ser que alguém convide e, naturalmente, pague a conta.
Fica à consciência de cada um...