Estava eu aqui instalada no sofá, laptop apropriadamente instalado no colo e ali do lado esquerdo, insidiosamente vermelha e amarela, uma revista feminina. Pelo canto do olho, vi na capa uma modelo de cabelo desgrenhado e olhos esbugalhados, nitidamente abaixo do peso ideal, a ocultar parte do nome da dita (o que até me pareceu muito bem já que a cara não joga com a careta).
Se estas revistas dependessem de mim para viver, já tinham falido todas antes do n.º 2 mas, mesmo assim, como que para me lembrar da razão por que não as compro, lá comecei a folheá-la. Contracapa, anúncio, seguintes, anúncios, só na oitava página aparece um índice que estupidamente não começa no início nem acaba no fim. Décima página, mais um bocado do índice entre anúncios. Editorial, um quarto de página e mais anúncios. Entretanto mais roupa, sapatos, assessórios, de marca e com os preços e as fotos, e mais anúncios. E só à trigésima sexta página aparece algum texto digno de interesse, sobre livros. Aí, confesso que desisti. Lá pelo meio vislumbrei dois artigos de duas páginas com algum interesse e depois fartei-me das publicidades de página inteira de marcas famosas, atrizes e modelos e cenários inverosímeis e virei-a ao contrário para ficar cara a cara com os tons pastel do anúncio miss Dior. Definitely not for me!
Eu admito, quem faz estas revistas não as faz para mim: podem escrever pouco texto mas não são burros! Mas deixa-me triste a imagem mental que está por trás de uma linha editorial deste género: a mulher iletrada, fútil e superficial que compra revistas para ver bonecos. Para isso, vejo o canal panda!
Restam-me as outras, poucas, que falam de assuntos a sério e a fabulosa internet, definitivamente a melhor revista de todas!
Eu não desgosto de revistas femininas, apesar de não comprar há muito tempo. Há uns anos atrás, comprava a LUX woman. Era das melhores do mercado, existindo oviamente algumas de menor qualidade. Esta revista tinha frequentemente entrevistas e artigos interessantes sobre viagens e decoração, temas que me interessam e também dicas de beleza e moda, que também gosto. Estas revistas têm demasiada publicidade, é certo. Seria preferível em menor quantidade, mas as revistas, de forma geral, dependem da publicidade para "sobreviverem". Marla
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