Ontem, o que mais me impressionou, foram as memórias das
pessoas que participavam na manifestação. E fiquei contente de estar a ver televisão em vez de estar lá e ouvir na primeira pessoa as memórias reais de pessoas reais num dia real.
Onde estava há 40 anos?
Muitos estavam em casa, muitos escaparam-se a um teste no
liceu, muitos estavam noutros países. Mas todos falavam desse dia com uma
emoção incontida, lágrimas, sorrisos trémulos, voz embargada. Muitos diziam que
antes não podiam estar ali, muito menos falar aos jornalistas do que sentiam.
Alguns falaram dos pais e dos avós e do que eles sofreram e lutaram. Então ocorreu-me que nunca tinha ouvido as
pessoas falarem do 25 de Abril assim, como quem fala do primeiro beijo, do dia
do casamento, do nascimento do primeiro filho.
O dia dos 40 anos do 25 de Abril foi o dia da memória e da
imensa saudade da felicidade sem limites. LIBERDADE
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