Abril 40
É hoje ainda Abril da nossa esperança.
Ténue. Frágil. Doce. Agridoce. Traída.
É ainda Abril da nossa luz matinal.
Branca. Cinzenta. Desbotada. Perdida.
É Abril e não falamos com medo
de gritar e de chorar e de lutar.
É Abril e não caminhamos com ânsia
de correr e de fugir e de cantar.
É Abril novo e velho quatro décadas
e ainda somos um povo perdido
nas lembranças, desconfianças e vielas.
Um povo cansado das tristezas e quimeras,
que dorme para sonhar com liberdades
já que não tem coragem de lutar por elas.
Sara Vieira, 25 de Abril de 2014
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