terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A importância da luz...


16 de Janeiro de 2012
Passei hoje uma das maiores vergonhas da minha vida, decididamente para figurar no top 10. Chegada a hora do jantar, coloquei a minha sopa a aquecer no microondas e depois duas fatias de pão na torradeira e então puuuuf!, foi-se a luz. (Acrescento que também o aquecedor e o cilindro da água estavam ligados e é possível que o frigorífico também tenha arrancado.)
Inicialmente pensei que fosse geral mas lá fora estava tudo bem iluminado. Peguei então no telemóvel à laia de lanterna e abri o quadro eléctrico. Tudo normal. Ainda assim pus-me a ligar e desligar os disjuntores mas, nada. Desci as escadas até ao sítio onde estão os contadores da água e da luz e confirmava-se: o meu não mexia, nem dava sinais de querer mexer, até porque não vi lá o outro “coiso” com uma alavancazinha que desse para o ligar. Voltei a subir as escadas e liga disjuntor, desliga disjuntor, perante a perspectiva de ficar sem luz e – muito pior! - sem aquecedor nem água quente, liguei ao electricista. O homem nem demorou cinco minutos. Abri-lhe a porta do prédio e depois a porta de casa e, de repente, acendeu-se tudo! Olha agora! Chega o homem e esta treta já ficou boa, vai pensar que sou doida! E saiu-me um espantado “Não acredito!” ao que ele responde “Pode acreditar que fui eu que liguei a luz lá em baixo!”. A boca, que eu ainda não tinha fechado, torceu-se-me de algo entre irritação e “um-buraco-que-me-engula”.
Lá lhe disse que já tinha ido lá abaixo mas não tinha descoberto como ligar a luz. Ele lá muito pacientemente me explicou que se calhar tinha havido uma sobrecarga de uma fase e tinha mandado a luz abaixo, porque o contador era trifásico e a diferença entre trifásico e monofásico e mais umas coisas. Acho que explicava mais para mostrar que sabia do que para eu entender já que, a bem da verdade, eu também não me esforcei muito. Afinal, continuava sem saber a que fase estava ligado o quê e isso não me resolvia o problema. Por fim lá me foi mostrar o truque de magia que fizera regressar a electricidade – era algo tão complicado como carregar num botão do disjuntor que eu não vira antes do lado direito em cima. Chamei um electricista às oito da noite para carregar num mísero botão!
É certo que se eu tivesse visto o disjuntor com o tal botão também não tinha carregado, acho eu, a não ser que tivesse reparado no outro ao lado que tinha a tal alavancazinha cor-de-laranja e brilhantemente concluído que o botão podia ser o substituto actual da alavancazinha. Ainda assim não pude evitar sentir-me tão tão estúpida, loira até à raiz dos cabelos (o que por acaso se verifica), uma verdadeira idiota. O homem pareceu não levar a mal, até porque tem agora uma nova anedota para contar, mas eu nem fiquei em mim. Tãããããão estúpida!
Tive que partilhar o meu infeliz estado alterado com uma amiga que depois me lembrou que o pai dela diz que as mulheres não podem ser electricistas porque demoram nove meses a dar à luz. E isso confortou-me. Não porque eu achasse que se esperasse nove meses a luz voltaria, mas porque conclui que também para que uma mulher dê à luz depois de nove meses, é preciso que um homem “carregue num botão”! Tenho dito.

2 comentários:

  1. Já tenho tido problemas semelhantes na Alemanha e já cheguei ao ponto de ligar ao senhorio para me auxiliar, que sem intenções de se deslocar, me deu instruções via telefone. Não posso imaginar pior cenário: tentar resolver um problema de ordem elétrica (de eletricidade também não percebo patavina) seguindo instruções em alemão. Tirem-me deste filme! Marla

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